Uma declaração de amor da ovelha pro seu Bom Pastor e vice versa


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Atlanta parte 3 - a Comissão de Nomeação

Na postagem anterior, expliquei como fui parar na Comissão de Nomeação. Um rápido recapitula: só tinha um jeito pra isso, já que essa comissão é predominantemente masculina, pois os presidentes, secretários, tesoureiros, administradores e pastores distritais, são todos homens, né? A única forma, já que sou mulher e não ocupo nenhuma dessas funções citadas, era se o presidente da minha União (a UEB) sorteasse uma das 2 cadeiras disponíveis para "membro leigo" e foi justamente isso que aconteceu, não é incrível?!
Coisa mais improvável!
 
Com a orientação vinda da Associação Geral de que, na medida do possível, fosse dado espaço às mulheres,  o caminho estava asfaltado pra mim! 
Mas... por que eu?! Por que justo o meu presidente sortear "membro leigo"?!

Eu não tenho nenhuma dúvida de que foi vontade de Deus que assim fosse, pois se o critério fosse mérito, milhões de outras pessoas mereciam muito mais estar ali, do que eu! Além do mais, eu nunca fui de "cavar" benefícios pra mim, (sempre tive horror a gente oportunista!), nunca puxei saco de ninguém pra aparecer onde quer que fosse, nunca me ofereci pra fazer nada na igreja com interesses particulares em primeiro lugar, nunca fiz nenhum tipo de politicagem, "negociata" ou mesmo chantagem (jogando o meu serviço prestado à igreja na cara de ninguém) pra levar vantagem em alguma coisa, não teve nada disso! Tudo aconteceu de maneira muito natural,  transparente e quem estava lá, pode atestar minhas palavras.
É por isso que hoje, olhando para trás, eu LOUVO A DEUS e nunca vou me cansar de fazê-lo, pois ser escolhida por Ele - e não por homens - é um privilégio que eu nunca poderei descrever!

Só que naquela quinta-feira, dia 24 de junho, eu ainda não enxergava isso. Como disse anteriormente, ser eleita pra fazer parte da Comissão de Nomeação foi, inicialmente, um tormento, um castigo pra mim! Fiquei muito chateada, aborrecida, me deu até dor de cabeça na hora! 
As informações de que eu ficaria presa em reuniões intermináveis e chatérrimas me apavoraram, porque eu queria curtir as programações, principalmente a música da Conferência, que é riquíssima, queria também ter um pouco mais de liberdade, como os outros delegados, pra passear e fazer minhas compras. (Na verdade, eu tive essa reação porque não sabia o que era essa tal comissão!)

Já naquele meu primeiro dia de Conferência, fui informada  de que teríamos a 1ª reunião da Comissão de Nomeação (CN) naquela mesma noite.
Nossa! Que coisa, não?
Ainda muito chateada com aquela situação, eu comecei a ficar incomodada de estar incomodada! 
Se as pessoas me deram tantos parabéns, ouvi vários falando que era um privilégio e tal (apesar dos comentários do "chá de cadeira"), por que só eu não recebi a honra, como uma honra realmente?! 
No fim daquela tarde, antes dessa 1ª reunião da noite, enquanto andava pelos imensos corredores do GWCC, comecei a pensar nisso e fiquei ainda mais triste por não estar feliz com a minha nomeação! 

Na hora marcada, lá estava eu na sala 304 do prédio B do GWCC, onde aconteceriam todas as nossas reuniões.
Éramos 246 delegados do mundo inteiro, dos quais, apenas 31 mulheres
A nossa delegação sul americana, formada por 27 pessoas, sempre sentava junta, mais ou menos nesse ponto, mais à esquerda da sala
O objetivo desse primeiro encontro foi votar quem seria o presidente da Comissão e também o secretário e sub-secretário. Esses últimos eu não lembro os nomes, mas o presidente eleito pra dirigir todas as reuniões da CN foi o Dr. Bob Kyte, um dos advogados da Associação Geral. Um homem fino, democrático e firme, que levou muito a sério o seu trabalho à frente dos 246 delegados de todo o mundo.
Dr. Bob Kyte, presidente da Comissão de Nomeação da Conferência Geral 2010
Eu não tenho certeza, mas ainda nessa primeira reunião, eu tenho uma vaga lembrança de que o Pr. Jan Paulsen (presidente da Associação Geral nos dois mandatos anteriores) esteve nessa nossa sala de reuniões para uma palavra com os delegados. (Que estranho eu não ter certeza dessa cena!)

Feitas essas votações iniciais e dadas as orientações a respeito  dos nossos trabalhos (horários, votação eletrônica, tradução simultânea, sigilo, proibição de aparelhos de comunicação lá dentro...) reunião encerrada, voltamos pro hotel por volta das 10:30 da noite.

No meu quarto, sozinha e com toda a sinceridade do meu coração, eu me ajoelhei e pedi a Deus que tirasse aquele incômodo de mim, pois eu queria "saborear" a bênção de fazer parte da Comissão de Nomeação como tinha que ser, ainda mais sendo a única mulher da delegação sul americana! Eu queria aceitar de bom grado, tudo que Ele tinha reservado pra mim naquela viagem, pois eu sempre tive certeza absoluta que Ele mesmo tinha me levado até ali.

Dormi tranquila e no outro dia, bem cedo, levantei me sentindo outra: leve, bem leve.

A 1ª reunião do dia (sexta-feira, 25 de junho) na sala 304 começou às 7:30 da manhã e quando soube que nomearíamos o presidente da Associação Geral, a ficha caiu! Meu Deus, eu vou participar da escolha do líder mundial da minha Igreja?!
Senti uma emoção tão grande, que meu olhos se encheram d'água, pois só ali entendi o altíssimo privilégio que tinha recebido! Deus havia respondido minha oração, mais rápido do que eu podia imaginar!

A partir daquele momento, até o último dia da Conferência, uma alegria gigantesca me invadiu e todos os dias eu saía cedo do hotel como uma criança a caminho da Disneyland!

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